domingo, 10 de abril de 2011

Quando eu crescer ...eu quero ser... Assistente Social


"Não se pode só dar o peixe, é preciso ensinar a pescar.” Este ditado popular se refere a duas formas de ajudar alguém. “Dar o peixe” é socorrer sem se preocupar se o apoio de hoje dura até amanhã. É uma saída de emergência, para amenizar uma situaçãomomentânea e grave. Já “ensinar a pescar” é oferecer ferramentas para a pessoa vencer a situação difícil e viver sem o auxílio de outros. Mais do que ajudar, é revelar a eles seus direitos que não estão sendo cumpridos e devem ser buscados. Esse trabalho é chamado serviço social. Podemos, então, dizer que assistente social é a profissão de quem ensina a pescar àqueles que pedem ajuda nos mares da vida? Sim! “Facilitar o acesso das pessoas aos seus direitos é dever do assistente social”, diz Ivanete Boschetti, presidente do Conselho Federal de Serviço Social. “Ele atende grupos, famílias e pessoas, contribuindo para que entendam a origem de seus problemas e indicando caminhos a seguir. Trabalha, também, com profissionais de outras áreas, realizando projetos que atendam o público”, complementa Fátima Grave, presidente do Conselho Regional de Serviço Social do Rio de Janeiro. Mas, na prática, como isso funciona? Bem, o assistente social é um profissional importante em empresas públicas e privadas, assim como em outras instituições. Nas escolas, por exemplo, esse profissional pode desde identificar razões que dificultam a aprendizagem até combinar com os professores maneiras de trabalhar junto dos alunos, pais e familiares em situações consideradas fora do comum. Em hospitais, ele forma e acompanha grupos, aconselhando e organizando atividades sobre temas como gravidez na adolescência e uso de drogas. Em uma empresa, caso um funcionário sofra um acidente de trabalho, por exemplo, é o assistente social que vai comunicar o fato à família e cuidar para que ela tenha acesso a todos os seus direitos. Você, leitor antenado da CHC, deve ter acompanhado pelos noticiários o resgate dos trabalhadores chilenos que ficaram soterrados em uma mina de carvão. Pois naquela situação os assistentes sociais estiveram junto às famílias todo o tempo, identificando as mudanças em suas vidas e oferecendo informações sobre os direitos daquelas pessoas qualquer que fosse o desfecho da história – felizmente, correu tudo bem! Muitos escolhem a profissão para contribuir para um mundo mais justo”, diz Ivanete. Mas, para isso, avisa: “É preciso conhecer leis e saber lidar com os outros. Ouvir, reunir e resolver problemas.”Segundo ela, estamos acostumados a pensar que só na Justiça resolvemos nossas questões. Pessoas queestejam presas e desejem receber a visita de parentes, por exemplo, podem recorrer a um assistente social em vez de acionar um advogado. O curso de Serviço Social, que é o formador dos assistentes, existe no país desde 1936. E para exercer a profissão é obrigatório ter diploma na área. Fátima conta que logo que os assistentes sociais começaram a atuar no Brasil as pessoas pensavam que o serviço era um presente do governo. Mais tarde é que ficou claro que os cidadãos tinham direito àqueles serviços porque pagavam impostos. “Hoje, as pessoas reconhecem o direito de serem atendidas em suas necessidades”, explica ela. Outra ideia muito comum era a de que homem não escolhia essa profissão. “Como é um trabalho voltado para o cuidado dos mais frágeis, achava-se que era coisa de mulher”, diz Fátima. Mas, segundo Ivanete, isso ficou para trás. ”Mulheres ou homens podem ser assistentes sociais. Cada vez mais, meninos têm escolhido essa ocupação. É uma tarefa para pessoas”, diz. Se você ficou interessado na profissão, pode pesquisar mais sobre ela e anotar logo uma informação: “Por lei, cada município tem, pelo menos, um assistente social. Procure-o na sua cidade e converse. Ele vai lhe dar grandes dicas”, diz Ivanete.

Saulo Pereira Guimarães,Instituto Ciência Hoje/RJ.